31/01/2011

NOTA DO PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE ACERCA DA CRISE POLÍTICA EM JUAZEIRO DO NORTE

Diante da crise política que se abateu sobre Juazeiro do Norte, o núcleo do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) se posiciona a favor da investigação de todas as denúncias e alerta a população para que não fique alheia ao desenrolar dos fatos.

Os últimos acontecimentos da política de Juazeiro do Norte evidenciam uma tragédia e uma farsa. Ao tentar cassar o prefeito Manoel Santana, o presidente da Câmara de vereadores (José de Amélia Junior), iniciou um processo que expôs os dois lados de um mesmo rosto, o rosto dos grupos que dominam a gestão pública da nossa cidade há décadas, transformando a “máquina” governamental em instrumento dos interesses privados.

Inicialmente, o plano orquestrado na Câmara de Vereadores e encabeçado pelo seu presidente revela a tragédia das relações entre o poder executivo e o legislativo municipal. As denúncias e acusações trocadas entre o prefeito Santana e José de Amélia Jr. são gravíssimas e devem ser totalmente apuradas, afinal, é o dinheiro público que se esvai no gargalo da corrupção. Além disso, a relação entre a câmara e a prefeitura municipal deve ser questionada pela população, já que não nos sai da memória o empenho nefasto de vários vereadores (inclusive José de Amélia Jr.) na votação do projeto que alterou negativamente o PCCR dos professores do município. O que mudou em tão pouco tempo para que o “Sim, senhor” tenha se transformado em um “Não” carregado de críticas? Faltam transparência e respeito nas ações da câmara de vereadores e nas suas relações com o executivo municipal, e mais uma vez a população fica à margem das decisões políticas.

A grande farsa, que se segue à tragédia dos nossos vereadores, é a tentativa de pintar a administração petista como uma alternativa à elite política local. A composição política que levou Manoel Santana à prefeitura é uma fração da direita municipal, isso pode ser comprovado pelas alianças realizadas nas eleições de 2008 e por conta da ausência de um programa que diferencie a atual administração dos setores conservadores da sociedade. Em dois anos, nada avançamos no que diz respeito à participação popular nos processos de decisão da vida política da nossa cidade, e ainda assistimos ao rebaixamento do debate político, marcado agora pela troca de acusações entre o prefeito e o presidente da câmara.

Portanto, é necessário estarmos atentos e exigir que todas as denúncias, de ambos os lados sejam apuradas, levando à punição dos responsáveis por alguma irregularidade. Além disso, o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) anuncia que um outro desafio está nas mãos da população, dos trabalhadores e dos estudantes: a tarefa de construir uma nova cultura política, que reinvente as formas de pensar a cidade, invertendo as prioridades e superando a lógica do possível. Ainda existirão muitas lutas pela frente.

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