13/12/2010

REVISTA ELETRÔNICA DO BLOCO DE ESQUERDA DE PORTUGAL

Essa é a revista do agrupamento político português Bloco de esquerda, com quem muitos no PSol possuem ligações. A página do partido português é http://www.esquerda.net/ (em arquivo pdf). 

03/12/2010

Nota do PSOL – Cariri ao SISEMJUN e aos servidores públicos municipais

O núcleo do Partido Socialismo e Liberdade da região do cariri se solidariza com a luta dos servidores e servidoras municipais que se encontram prejudicados pela administração juazeirense. Entendemos que os recentes ataques aos direitos dos funcionários públicos municipais são exemplos do descaso do governo petista para com os trabalhadores e os interesses populares. Em um pequeno espaço de tempo eclodiram dois movimentos grevistas na base dos servidores públicos que demonstram o caráter perverso da administração petista, as paralisações no setor de finanças e a greve dos professores da rede municipal são respostas à retirada de direitos e cortes salariais.

No quadro dos ataques ao funcionalismo público, a greve dos professores da rede municipal tornou-se emblemática. Ao prejudicar os educadores, Santana ataca diretamente o princípio da educação de qualidade e mostra que o respeito ao magistério e a educação pública de qualidade não são prioridades de seu governo. Ao procurar tornar a greve ilegal, o prefeito age de acordo com a agenda conservadora que escolheu para a administração. Porém a resistência dos servidores e da organização sindical mostrou ao prefeito que é das ruas que virá a resposta ao desrespeito da administração municipal.

O PSOL defende o sindicalismo combativo e as reivindicações dos trabalhadores, portanto, nos posicionamos ao lado dos professores, dos funcionários da secretaria de finanças (prejudicados pelo não recebimento da Gratificação por Desempenho de Funções) e de todos os servidores que se opõem à retirada de direitos e aos cortes salariais. Apoiamos e nos solidarizamos com as lutas em curso no município de Juazeiro do Norte, sobretudo porque não podemos nos calar diante dos rumos tomados pelo governo petista.

Para finalizar, parabenizamos a chapa vencedora da eleição para a nova direção do SISEMJUN, compreendendo que em seu nome estava contida a mensagem fundamental para o momento que as mobilizações e a história exigem: A luta continua.
PSOL – Partido Socialismo e Liberdade / Núcleo Cariri

02/12/2010

A chapa apoiada pela CSP-Conlutas vence as eleições para o SINSEMJUN com 90% dos votos

Reproduzo aqui nota lançada pela CSP - Conlutas sobre a vitória nas eleições do Sindicato dos Servidores Municipais de Juazeiro do Norte.

Na última quinta-feira (25/11/2010), ocorreu eleição para renovar a direção do Sindicato dos Servidores Municipais de Juazeiro do Norte – SISEMJUN, na qual concorreram duas chapas: a chapa 1 – Sindicato A Luta Continua, apoiada pela CSP-CONLUTAS, e a chapa 2 – É Hora de Mudar, organizada pela CTB e construída dentro da Prefeitura de Juazeiro do Norte (Coligação PT – PCdoB – PSB), por meio da articulação de alguns secretários, sub-prefeitos e funcionários com cargos comissionados.Durante o período do pleito eleitoral, estouraram duas greves da base do funcionalismo municipal – dos professores e dos servidores da Secretaria de Finanças. A direção do SISEMJUN, a Chapa 1 e os seus apoiadores giraram para as greves, pois, a prioridade eram as mobilizações dos servidores.
A CSP-Conlutas esteve presente em todos os momentos da greve. No dia da eleição, representantes da Secretaria Executiva da Conlutas Estadual e de sindicatos filiados (Sindicato da Construção Civil de Fortaleza, do Sindicato da Confecção Feminina, do Sindurca, da Regional NE 1 do Andes-SN) estiveram presentes levando a apoio à chapa 1. A chapa 2 (CTB/Prefeitura) se excluiu das mobilizações e passou a ocupar a imprensa local caluniando a chapa 1 e o Sindicato e tentando a todo momento anular a eleição, algo que não conseguiu.
As calúnias foram desmascaradas pela ação direta dos trabalhadores (greve, passeatas, assembléias e atos), que reconheceram quem realmente está do seu lado e defende seus interesses. O resultado das urnas legitimou a chapa 1, com quase 90% dos votos válidos (259 votos), contra os 9,69% da chapa 2 (28 votos). Do total de votantes (280), apenas 2 pessoas anularam o voto.
A luta dos servidores municipais de Juazeiro do Norte segue firme e forte. O SINSEMJUN saiu mais fortalecido dessa batalha e com mais respaldo para enfrentar os ataques da Prefeitura que vem tentando retirar direitos históricos dos trabalhadores.
A luta continua!
Cícero Marcos Chaves (SINSEMJUN)
Raquel Dias (SEE CSP-Conlutas CE)

29/11/2010

ARTIGO DE MARCELO FREIXO SOBRE A SITUAÇÃO NO RIO DE JANEIRO

Folha de S. Paulo, Opinião, 28/11/2010

TENDÊNCIAS/DEBATES

NÃO HAVERÁ VENCEDORES

MARCELO FREIXO

Dezenas de jovens pobres, negros, armados de fuzis, marcham em fuga, pelo meio do mato. Não se trata de uma marcha revolucionária, como a cena poderia sugerir em outro tempo e lugar. Eles estão com armas nas mãos e as cabeças vazias. Não defendem ideologia. Não disputam o Estado. Não há sequer expectativa de vida. Só conhecem a barbárie. A maioria não concluiu o ensino fundamental e sabe que vai morrer ou ser presa.

As imagens aéreas na TV, em tempo real, são terríveis: exibem pessoas que tanto podem matar como se tornar cadáveres a qualquer hora. A cena ocorre após a chegada das forças policiais do Estado à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro. O ideal seria uma rendição, mas isso é difícil de acontecer. O risco de um banho de sangue, sim, é real, porque prevalece na segurança pública a lógica da guerra. O Estado cumpre, assim, o seu papel tradicional. Mas, ao final, não costuma haver vencedores.

Esse modelo de enfrentamento não parece eficaz. Prova disso é que, não faz tanto tempo assim, nesta mesma gestão do governo estadual, em 2007, no próprio Complexo do Alemão, a polícia entrou e matou 19. E eis que, agora, a polícia vê a necessidade de entrar na mesma favela de novo. Tem sido assim no Brasil há tempos. Essa lógica da guerra prevalece no Brasil desde Canudos. E nunca proporcionou segurança de fato. Novas crises virão. E novas mortes. Até quando? Não vai ser um Dia D como esse agora anunciado que vai garantir a paz. Essa analogia à data histórica da 2ª Guerra Mundial não passa de fraude midiática.

Essa crise se explica, em parte, por uma concepção do papel da polícia que envolve o confronto armado com os bandos do varejo das drogas. Isso nunca vai acabar com o tráfico. Este existe em todo lugar, no mundo inteiro. E quem leva drogas e armas às favelas? É preciso patrulhar a baía de Guanabara, portos, fronteiras, aeroportos clandestinos. O lucrativo negócio das armas e drogas é máfia internacional. Ingenuidade acreditar que confrontos armados nas favelas podem acabar com o crime organizado. Ter a polícia que mais mata e que mais morre no mundo não resolve.


Falta vontade política para valorizar e preparar os policiais para enfrentar o crime onde o crime se organiza -onde há poder e dinheiro. E, na origem da crise, há ainda a desigualdade. É a miséria que se apresenta como pano de fundo no zoom das câmeras de TV. Mas são os homens armados em fuga e o aparato bélico do Estado os protagonistas do impressionante espetáculo, em narrativa estruturada pelo viés maniqueísta da eterna "guerra" entre o bem e o mal. Como o "inimigo" mora na favela, são seus moradores que sofrem os efeitos colaterais da "guerra", enquanto a crise parece não afetar tanto assim a vida na zona sul, onde a ação da polícia se traduziu no aumento do policiamento preventivo. A violência é desigual.

É preciso construir mais do que só a solução tópica de uma crise episódica. Nem nas UPPs se providenciou ainda algo além da ação policial. Falta saúde, creche, escola, assistência social, lazer. O poder público não recolhe o lixo nas áreas em que a polícia é instrumento de apartheid. Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública terá de passar pela garantia dos direitos básicos dos cidadãos da favela.

Da população das favelas, 99% são pessoas honestas que saem todo dia para trabalhar na fábrica, na rua, na nossa casa, para produzir trabalho, arte e vida. E essa gente -com as suas comunidades tornadas em praças de "guerra"- não consegue exercer sequer o direito de dormir em paz.

Quem dera houvesse, como nas favelas, só 1% de criminosos nos parlamentos e no Judiciário...

_____________________________________

MARCELO FREIXO, professor de história, deputado estadual (PSOL-RJ), é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

13/10/2010

25/07/2010

Militância do PSOL Cariri realiza atividade nos mercados públicos de Juazeiro do Norte

Nesse final de semana, a militância do PSOL Cariri esteve fazendo campanha em dois mercados públicos da cidade de Juazeiro do Norte. No sábado, Valdir Medeiros e Fanco Duarte fizeram panfletagem e conversaram com a população no Mercado Central. No domingo, os militantes do partido visitaram o Mercado do Pirajá, símbolo da desastrosa política de terceirização dos espaços públicos encampada pela prefeitura de Juazeiro.
Consideramos fundamental a valorização do debate sobre as características e demandas da classe trabalhadora na atualidade, levando em conta uma noção ampliada de sujeito histórico revolucionário, que inclua as formas de trabalho precarizado e a grande massa de trabalhadores informais.
As atividades das candidaturas de Valdir Medeiros (Dep. Estadual) e Fanco Duarte (Dep. Federal) estão abertas a todos e todas que estão inseridos no processo de luta social e que ousam viver formas alternativas de sociabilidade.
Consulte a agenda das nossas candidaturas no blogpsolcariri.blogspot.com e venha construir essa ferramenta da esquerda socialista.

Agenda do PSOL Cariri


23/07/2010

Vamos construir uma outra sociedade?

Segue abaixo o texto do primeiro material de campanha das candidaturas de Valdir Medeiros e Fanco Duarte:
A participação do PSOL nas eleições de 2010 tem um motivo especial. Nossas candidaturas anunciam a necessidade do engajamento da população na discussão dos principais problemas enfrentados pelos trabalhadores.
Não queremos apenas o seu voto, queremos convocar a todos e todas para construir uma alternativa de sociedade, que respeite a vida e os recursos da natureza, que lute contra a exploração sofrida pela classe trabalhadora e que desmascare a fábula do mundo capitalista.
Os caminhos para a mobilização popular em defesa de um outro modo de vida são muitos: a conscientização nos bairros, nas fábricas, nos locais de trabalho...
Portanto, o PSOL se apresenta como alternativa política e ferramenta dos trabalhadores na construção e mobilização por um novo mundo, um mundo SOCIALISTA.

Candidaturas do PSOL em Juazeiro do Norte

12/07/2010

Núcleo do PSOL no Cariri apresenta seus candidatos

No último sábado, dia 10 de Julho, na cidade de Juazeiro do Norte, a militância do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) apresentou os seus dois candidatos que vão disputar as eleições para deputados estaduais e federais. A reunião que marca o início da campanha do partido na região foi precedida de um resgate da história da luta socialista no Brasil, que valorizou a coragem e o papel histórico e simbólico deixado pelos lutadores e lutadoras sociais que doaram a vida pelo socialismo, o desafio lançado ao final do início do encontro foi o questionamento de como se construir uma nova esquerda para o século XXI.
Entendendo as eleições como um momento em que a esquerda deve utilizar para dialogar e fazer a propaganda de uma outra política, o PSOL apresentou dois candidatos: Valdir Medeiros, sindicalista, presidente licenciado do Sindicato dos Agentes Municipais de Trânsito do Cariri, lançou a sua candidatura à Assembléia Legislativa do Estado do Ceará. Para Deputado Federal, o núcleo do Cariri apresentou o estudante de Filosofia, ligado à juventude católica, Fanco Duarte.
Fugindo do pragmatismo político que está destruindo a concepção de política desejada, o PSOL fará uma campanha diferente, longe dos holofotes e das campanhas milionárias, opondo-se à força do poder econômico que marca as "disputas" eleitorais. Com o desejo de revolucionar a maneira da esquerda dialogar com a sociedade caririense, a militância fez o chamado para que todos venham a aderir à uma campanha diferente, uma campanha socialista.

24/06/2010

PSOL - CE realizará convenção estadual nesse sábado



O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) realiza, neste sábado, 26, a convenção estadual que oficializará suas candidaturas para as eleições 2010. O ato ocorrerá nos jardins do Theatro José de Alencar, às 9h. Para o presidente estadual do PSOL, Moésio Mota, “Esse será o momento de discutir e decidir as propostas de coligações com outros partidos políticos para as eleições e, sobretudo, de somarmos forças juntos aos apoiadores e movimentos sociais que ousam apresentar um outro projeto para o Ceará, diferente do que está posto.”.
Durante o ato, será homologada a pré-candidatura da engenheira de pesca, Soraya Tupinambá, ao Governo do Estado, e as demais pré-candidaturas que já foram apresentadas. “Esse será o momento de reafirmamos o compromisso coletivo de exercermos a Outra Política, de apresentarmos alternativas viáveis de construção de um Ceará social e ambientalmente justo.”, explica a ambientalista Soraya Tupinambá.

À tarde, o debate sobre a intervenção do PSOL no processo eleitoral terá prosseguimento com um seminário que reunirá militantes e apoiadores do partido. Na pauta das discussões, está a avaliação dos projetos em curso no estado, o programa que o PSOL apresentará nas eleições, a comunicação da campanha e a política de financiamento das candidaturas. “Precisamos repetir, por compromisso e convicção política, a crítica ao financiamento da política pelo mercado, a convocação à doação militante e a transparência do financiamento.”, defendeu Renato Roseno, que representou a sigla nas duas últimas campanhas majoritárias.

Serviço:

Convenção do PSOL-CE

Data: 26 de junho

Horário: 09h

Local: Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525, Centro)

16/06/2010

GREVE DE FOME NO PT DO MARANHÃO

Petista histórico adere a greve de fome e preocupa time de Dilma

Com saúde frágil, fundador do partido tem histórico de militância contra família Sarney e contesta intervenção em favor de Roseana

Ricardo Galhardo, iG São Paulo
14/06/2010 19:39

Quando o deputado Domingos Dutra (PT-MA) anunciou que entraria em greve de fome contra a decisão da cúpula nacional do PT, que obrigou opartido a apoiar a reeleição da governadora Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão, pouca gente na direção do PT deu importância. “Se depender do PT ele vai morrer de fome”, disse um dirigente.
A situação mudou de figura no último domingo, durante a convenção que oficializou a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência, quando chegou ao conhecimento da direção partidária que Manoel da Conceição havia aderido à greve de fome de Dutra. “Isso é sério”, disse o secretário nacional do PT, José Eduardo Cardozo, quando soube da notícia.

Até Manoel da Conceição aderir à greve de fome, PT dava pouca importância ao protesto

Manoel da Conceição é descrito pela revista Teoria e Debate, da Fundação Perseu Abramo, braço intelectual do PT, como “sem dúvida uma das mais importantes lideranças camponesas do Brasil em todos os tempos”. Mais velho entre os fundadores do PT ainda vivos, Mané, como é conhecido, está com 75 anos, tem diabetes, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em 2002 que quase o matou e até hoje causa dificuldade na fala, mas não abalou sua disposição de enfrentar a imposição da direção partidária ao PT maranhense.
“Vou até o final, até ver o resultado. Ou eles tiram a intervenção no Maranhão ou me expulsam do partido. Senão, eles vão me ver morto. A última vez que comi foi na quinta-feira”, disse Conceição, por telefone, ao iG.
Nascido em um pequeno vilarejo no sertão do Maranhão, expulso das terras da família por um latifundiário corrupto, Conceição já passou por situações muito piores do que a greve de fome iniciada quinta-feira.
À Teoria e Debate, ele relatou da seguinte forma um massacre de jagunços contra camponeses que presenciou em 1958 e escapou com vida por milagre: “A casa era um salão grande de um morador, da família Mesquita. Eles eram evangélicos da Igreja Batista. Aí entrou um dos jagunços e matou, sem troca de conversa, cinco pessoas, a bala e punhaladas nos rapazes e em uma senhora de mais ou menos 75 anos, que gritava na sala: ‘Não mate meus filhos!!’ Só que já tinha três rapazes mortos no chão. Deram um tapão na cabeça dela, jogaram a mulher no chão e cravaram nas costas o punhalão.
Ela ficou rodando no chão, esvaindo em sangue. Uma criança de 3 anos, vendo os mortos no chão, corria gritando: ‘Papai, papai...’ Um dos jagunços pegou essa criança e deu uma estucada numa parede de taipa que a cabeça lascou, os miolos se espatifaram no salão”.

Enfrentamento

O histórico de enfrentamentos contra a família Sarney remonta à década de 60. Em 1965, seduzido pelas promessas de reforma agrária do então jovem líder progressista José Sarney, Conceição mobilizou os camponeses do interior maranhense e ajudou a garantir a Sarney a maior votação até então para o governo do estado. Três anos depois ele foi baleado pela polícia comandada por Sarney durante uma reunião de líderes camponeses. Passou mais de uma semana largado em uma cela sem médico nem remédios.
A perna baleada gangrenou e foi amputada em um hospital de São Luís. “Depois o Sarney me visitou no hospital e tentou me comprar oferecendo emprego para mim e para minha mulher, uma casa e uma perna mecânica. Em troca queria que eu trabalhasse para ele. Recusei e fui preso outras nove vezes a mando do Sarney. É por isso que nunca, em hipótese alguma, aceitarei apoiar a oligarquia representada pelos Sarney no Maranhão”, disse Conceição, que no 4º Congresso Nacional do PT, em fevereiro, foi citado nominalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso.
A direção petista até agora não procurou Conceição e Dutra para conversar. O único interlocutor até agora foi o líder do partido na Câmara, Fernando Ferro (PT-PE). Dutra é visto internamente como opositor já há algum tempo. “Esta greve de fome é uma violência contra o PT”, disse um parlamentar de alta patente.
A dupla de grevistas conta com assistência médica da Câmara. “Hoje (segunda-feira) o médico veio me ver três vezes”, disse Conceição. Apesar disso o temor na direção petista é grande quanto aos estragos que uma possível imagem de Conceição deixando o plenário da Câmara em uma maca possam causar à candidatura de Dilma e à imagem do partido.

08/06/2010

NOTÍCIAS (RUINS) SOBRE O CONCLAT OCORRIDO NO FINAL DE SEMANA ÚLTIMO


Infelizmente, o CONCLAT (Congresso da Classe Trabalhadora), que deveria construir uma nova central de luta, terminou dividido. Independente das razões essa é uma notícia ruim. O CONCLAT foi esperado desde o ano passado com a esperança de unificação dos diversos setores sindicais e populares que lutam contra a retirada de direitos d@s trabalhador@s. Repetimos, independente das razões, essa é uma notícia ruim, que impede um salto qualitativo das lutas contra os patrões e seus governos e aprofunda divisões entre os que lutam. Reproduzimos abaixo texto do nosso camarada Ailton Lopes, que esteve em Santos (SP) como delegado ao CONCLAT.

 NÃO HÁ UNIDADE SOB HEGEMONISMO E ANEXAÇÃO

Por Ailton Lopes *

Depois de intenso processo de fragmentação da esquerda política em nosso país, diante da cooptação de diversos instrumentos da classe trabalhadora pelo Estado, nestes últimos dois anos, vivemos intenso momento de debate em torno da necessidade em recompor a classe que estava dividida entre diversos setores combativos.

Foi pela compreensão da unidade da classe como valor estratégico, em torno dos diversos setores combativos e que não se renderam ao Estado ou ao capital, que um setor significativo da Intersindical decidiu abrir o diálogo permanente de construção de uma alternativa mais ampla capaz de unificar, organizar e mobilizar os trabalhadores (as) do nosso país.

Um processo extremamente difícil, em que perdemos parte significativa da Intersindical, que ainda não considerava ser este o momento para selar uma unidade orgânica especialmente com a Conlutas, apesar de quase uma década de governo Lula e, pelo menos, duas décadas, de progressiva adaptação da direção majoritária da CUT ao sindicalismo cartorial, de resultado, burocrático e, posteriormente, governista.

A nossa aposta foi, portanto, a da unidade. Uma aposta que, neste processo, futuramente setores outros que não participaram num primeiro momento, poderiam vir a compor depois conosco neste novo instrumento. Para tanto, era importante que o novo instrumento, que estávamos dispostos a criar, fosse capaz de representar não apenas sua pluralidade circunstancial, mas a do porvir.

Assim que juntos (as) com o MAS, MTST, Pastoral Operária, MTL e a Conlutas, partimos para debates diversos que conduziram à realização do CONCLAT – Congresso da Classe Trabalhadora, realizado nestes 05 e 06 de junho em Santos (SP).

O debate, no entanto, ainda não havia sido o suficiente para transpor diversas divergências entre os setores que participavam deste processo. Diante disto, nós, da Intersindical propomos, em 2009, à Conlutas que, neste ano de 2010, fosse realizado um Congresso Fundacional, remetendo as maiores divergências para outro Congresso. De tal modo que pudéssemos, de fato, conjuntamente, amadurecermos não apenas o debate, mas a própria relação entre todos os setores que estariam construindo este novo instrumento. E que o nosso primeiro Congresso pudesse ser um espaço maior de convergências, de debate em torno de uma agenda para fora, ampla, capaz de armar a classe trabalhadora para o enfrentamento contra o Capital e o Estado, representado em seus diversos governos.

No entanto, a Conlutas/PSTU não aceitou nossa proposta. Ao contrário, só aceitaria um Congresso e fundação da Central se todas as polêmicas fossem a voto. Nós, da Intersindical, cedemos mais uma vez, em nome da unidade, apostando que, no debate até o Congresso, as questões, mesmo as polêmicas, pudessem encontrar alguns acordos possíveis capazes de garantir a unidade.

Durante todo este processo, buscamos construir lutas e atos unificados no país inteiro, numa demonstração clara de unidade nas lutas.

O Congresso começava num clima de unidade, apesar das divergências. Mas com o tempo, foi-se percebendo que o PSTU/Conlutas estava blocado para a disputa. E não cederia, nem pactuaria absolutamente nada.

Entre as polêmicas estavam a composição da direção, o caráter da Central e o seu nome. O debate em torno de tais polêmicas trazia consigo questões de fundo muito mais abrangentes, que diziam respeito à concepção de movimento sindical e estratégias de atuação política. Como principal aliado, o PSTU/Conlutas contou com o MTL que incorporou todas as propostas do PSTU.

A proposta de direção da Conlutas era manter a mesma fórmula construída para si na próxima Central. Eleição indireta das instâncias de direção. Ao contrário de elegê-las pelos delegados (as) no Congresso, a direção seria indicada pelas entidades que comporiam a Central, levando inclusive a distorções, uma vez que entidades menores e de pouca representatividade na base, teriam o mesmo peso que as de representatividade muito maior. A Conlutas manteve sua proposta, com a única ressalva de que a Executiva Nacional poderia ser eleita no Congresso. Já a Coordenação Nacional, bem como as estaduais seguiriam o mesmo critério adotado já pela Conlutas. Ganharam esta votação.

Quanto ao caráter da Central, o PSTU/Conlutas insistiu em que na sua composição participassem, com 05% de peso, estudantes e movimentos contra opressões.

Contrários a esta proposta, nós da Intersindical, UNIDOS, MAS e MTST, propúnhamos uma Central Sindical e Popular. Por compreender ser a Central Sindical uma Central Classista, capaz de representar e organizar os trabalhadores e trabalhadoras em luta na favela, na cidade e no campo, desempregados (as), terceirizados, etc.

Logo, organizar as mulheres trabalhadoras, os gays trabalhadores, os jovens trabalhadores (as), os negros (as) trabalhadores (as), porque a opressão que se abate contra a jovem negra da favela não é a mesma contra a jovem negra da burguesia. O corte da nossa Central é um corte classista. E não deveria, portanto, compor com movimentos policlassistas. Além disso, tais movimentos têm suas próprias formas de organização, possuindo alguns deles um caráter de transitoriedade significativo.

Ademais, representa uma incongruência a defesa da participação destes movimentos, limitando de início um corte de representatividade de 05%. Por isso, defendemos um Fórum Nacional de Mobilização, capaz de dar mais liga à unidade da classe, com setores que hoje ainda não comporiam a nova Central, como os camaradas da ASS e PCB que construíram coletivamente a Intersindical conosco. E contar com a participação do MST, e de todos os movimentos sociais de esquerda, em torno de uma pauta concreta de lutas contra o capital.

No entanto, por mais uma vez contar com a maioria dos delegados (as), o bloco PSTU/Conlutas/MTL, venceu.
Por fim, a gota d’água.

Durante todo este processo, buscamos um acordo com a Conlutas e todos os setores que participaram do CONCLAT, em torno de um nome que fosse capaz de representar a amplitude e o significado deste processo de unidade, que não se resumiam a uma fusão entre Conlutas e Intersindical, uma vez que participavam dele o MAS, MTL, MTST, Pastoral Operária. E mais do que isso, um nome que pudesse representar a concepção e compreensão desta unidade com capacidade de atrair outros setores para a composição da Central, especialmente os camaradas da Intersindical que não vieram conosco (ASS e PCB). Não se tratava de uma questão meramente designativa ou de marketing político, mas de expressão política da unidade destes setores e do papel a que se dispunha cumprir esta unidade.

Porém, até o fim, o PSTU recusou-se a um acordo, mantendo o nome Conlutas-Intersindical e como adereço o sub-título Central Sindical e Popular. Para tanto, contaram mais uma vez com o apoio do MTL. Tal nome era uma forma do PSTU/Conlutas preservarem sua marca. Incapaz de dialogar com outros setores. E ainda apontar este processo como uma simples fusão. Utilizando inclusive para fundamentar seus argumentos exemplos de centrais pelegas e burocráticas como AFL/CIO.

O que marcou este Congresso foi a recusa do PSTU/Conlutas em rever suas posições, todas já blocadas pelo Congresso que realizaram antes. E nos grupos de discussão, tentaram evitar que fosse a Plenário outros nomes apresentados.

Em nenhum momento chegamos com um nome fechado, para que fôssemos capazes de chegar a um acordo, uma unidade política. Até o último instante, ainda na hora da votação, buscamos o acordo. O PSTU negou-se.

Diante da recusa do PSTU, nós da Intersindical, juntamente com o MAS (Movimento Avançando Sindical) e a UNIDOS (fração da Conlutas), propusemos o nome CECLAT – Sindical e Popular (Central da Classe Trabalhadora).

Fomos mais uma vez derrotados. Estas derrotas demonstraram claramente que o PSTU/Conlutas manteve o formato e caráter da “nova” Central, exatamente como era o da Conlutas. Logo, não havia nada de novo, a não ser a incorporação ou, melhor dizendo, anexação dos demais setores à política do PSTU/Conlutas.

A revolta de nossa base com a forma como foi construído todo o processo, como a tentativa de evitar os grupos de discussão no primeiro dia do Congresso, o dirigismo nos grupos de discussão pelo PSTU, as seguidas provocações, e a total indisposição do PSTU para construção da unidade, corroborando com uma prática hegemonista de simples anexação dos outros setores ao formato da Conlutas, levaram a base da INTERSINDICAL, da UNIDOS e do MAS (Movimento Avançando Sindical) a se retirar do Congresso.

Ao invés de um Congresso que pudesse unificar de conjunto todos os setores, fazer política para fora, sair com um Calendário Unificado de Lutas, e armados para a disputa contra o peleguismo sindical e o capital, o PSTU/Conlutas optaram pela sistemática disputa interna, na imposição de suas posições, numa prática completamente hegemonista, de quem quer construir hegemonia, por uma matemática simples do número de crachás. Dirigir atropelando, dividindo e não somando, compartilhando.

Não se pode invocar a democracia operária para justificar as pretensões anexadoras do setor majoritário, com base numa matemática simples de crachás, sob a insígnia: “A maioria decidiu”. Evidente que o PSTU/Conlutas, blocado com o MTL, tinham a maioria dos crachás do Congresso. Mas ser maioria também exige um saber e uma responsabilidade que o PSTU/Conlutas demonstrou não ter. Num momento fundacional de um novo instrumento, o PSTU/Conlutas ignorou seus aliados em nome de uma disputa sectária interna.

Ao invés de agregar, segregou, dividiu, demarcou.
Ao invés de dialogar, impôs.

Tão ruim e equivocado quanto o peleguismo sindical, é o hegemonismo político de quem, em função de seu peso, pretende instalar a vontade e decisão suas aos demais.

Se um Congresso é construído tão somente para homologar as decisões da maioria, não se faz necessária a participação dos demais.

O PSTU abriu mão da grande política. Abriu mão de ser maioria política, de ser maioria respeitada, por uma disputa demarcatória, como parece ser esta uma característica imanente a eles. De todo o resto, o PSTU/Conlutas não abriu mão, não mediou; simplesmente impôs “democraticamente” pelo voto.

(*) Ailton Lopes – militante do PSOL e do MAIS – Movimento de Autonomia e Independência Sindical/Bancários e da coordenação estadual da Intersindical.



24/05/2010

PLÍNIO NO CEARÁ (SEMINÁRIO DE CONSTRUÇÃO DO PROGRAMA DE GOVERNO)


O nosso candidato à presidência da república, Plínio Arruda Sampaio, esteve nesse final de semana em Fortaleza, participando do seminário NORDESTE DO PSOL (de construção do programa de governo) e se solidarizando com a ocupação urbana 17 de Abril. 

LINK DE MATÉRIA NO DIÁRIO DO NORDESTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=789894


Plínio na ocupação urbana 17 de Abril

17/05/2010

CONSTRUÇÃO DO PROGRAMA PLÍNIO PRESIDENTE / SORAYA GOVERNADORA

PSOL


Programa por um Brasil Socialista



22 e 23 de Maio de 2010

Av. Imperador, 1397 Centro - Fortaleza/Ce
Contatos: 3254.5150/ Cleidilene - PSOL / Moésio Mota - 8761.2632

PROGRAMAÇÃO:

22 DE MAIO DE 2010



09H – Intervenção de abertura – coletivo de JUVENTUDE do PSOL

10H - MESA 01 – DEBATE CONJUNTURA NACIONAL

Plínio de Arruda Sampaio (pré-candidato a Presidência da República/PSOL)
Fabio Maia Sobral (Prof. Dr. da Universidade Federal do Ceará/ Departamento de Economia e do Mestrado em Filosofia da Universidade Estadual do Ceará)
Mediador:
Moésio Mota (Presidente Estadual do PSOL/CE)

14H – MESA 02 – OS DESAFIOS PARA UM PROGRAMA ECOSSOOCIALISTA

Alexandre Costa (Prof. Dr. da Universidade Estadual do Ceará e militante do PSOL/CE)
João Alfredo Telles de Melo (Prof. Mestre da FAZ7 , Vereador e pré-candidato a Dep. Estadual PSOL/CE)
Soraya Tupinambá (Pré-candidata ao governo do Estado Ceará PSOL/CE)
Mediadora:
Tárzia Medeiros (Dirigente do PSOL/RN e militante feminista)

16H – MESA 03 – REFORMA E REVOLUÇÃO: Políticas públicas e transformação social do Mundo

José de Jesus Sousa Lemos (Prof. Dr. Departamento de Economia da UFC)
Afrânio Castelo ( Dirigente e Militante do PSOL/CE)
Mediadora:
Toinha Rocha (Advogada e Dirigente do PSOL/CE)

19H - JANTAR

20H – ATO POLITICO DE FILIAÇÃO

Presença de: Plínio de Arruda, Moésio Mota, Renato Roseno, Soraya Tupinambá, João Alfredo e toda a militância do PSOL

21H – ATIVIDADE CULTURAL

“Uma noite misturada de vozes e interpretações”
Helô Sales, Gigi de Casto e Manu.


23 DE MAIO DE 2010



08H – Intervenção de abertura – coletivo de JUVENTUDE do PSOL

09H -MESA – 04 – TRANSFORMAÇÃO SOCIAL: Direitos da infância e da Adolescência.

Margarida Maria Marques (CEDECA/CE)
Renato Roseno (Mestrando em Políticas Publica e Humanização – UERJ e pré- candidato a Deputado Federal/ PSOL-CE)
Ângela Pinheiro (Profa. Dra. Departamento de Psicologia – UFC)
Mediadora
Monaliza Pinheiro Pinho (militante da juventude PSOL/CE)

12H - ENCERRAMENTO

PREFEITO DE JUAZEIRO VIRA PERSONAGEM NACIONAL

ESSE TEXTO FOI RETIRADO DO BLOG DO ELIOMAR, QUE POR SUA VEZ RETIROU DO BLOG DO NOBLAT (ESSE, POR SUA VEZ, É FONTE POUQUÍSSIMO CONFIÁVEL, SERVIÇAL DO QUE HÁ DE MAIS REACIONÁRIO NO PAÍS; POSTO APENAS PARA FINS DE INFORMAÇÃO)
ABAIXO, AS PASSAGENS EM VERMELHO SÃO COMENTÁRIOS DO JORNALISTA ELIOMAR COELHO EM SEU PRÓPRIO BLOG



Olha só o que escreve ,nesta segunda-feira, em seu Blog, o jornalista Ricardo Noblat: a trajetória amorosa do prefeito de Juazeiro do Norte, Manuel Santana. Noblat o compara a Odorico Paraguaçu. Confira:

Escapa à nossa vã filosofia o tanto de coisas que aproximam o prefeito Odorico Paraguaçu, personagem da novela de Dias Gomes “O Bem Amado”, de Manoel Santana (PT), prefeito de Juazeiro do Norte, Ceará, onde José Serra (PSDB), hoje, rezará aos pés da estátua do padre Cícero, a figura messiânica mais poderosa no imaginário dos nordestinos. Odorico era um espertalhão simpático e bom de lábia? Então o que dizer de Santana – ou melhor: Dr. Santana, 49 anos, médico sanitarista, o primeiro vereador do PT na história de Juazeiro?
Para se eleger prefeito do terceiro maior colégio eleitoral do Estado, eleapenasmente derrotou dois ex-prefeitos e um deputado federal. Obteve 58% dos votos válidos – quase o dobro do que alcançou o segundo colocado. Regada por doses de licor de jenipapo, Odorico mantinha uma relação pouco casta com três mulheres ao mesmo tempo – as irmãs Cajazeiras. Há pelo menos três mulheres na vida do Dr. Santana, e as três empregadas por ele na prefeitura.
A subsecretária de Governo, de nome Tânia Paiva, é mãe dos três primeiros filhos do prefeito. Atende aos pedidos dos vereadores. Não se deixa intimidar por eles. Oficialmente, a primeira-dama do município é Cristiane Pereira, presidente da Fundação da Criança e Adolescência. Ela foi casada com o vereador Tarso Magno (PSL), o melhor amigo de Dr. Santana. A amizade entre os dois foi pelo ralo quando Magno descobriu que estava sendo traído. Para lavar sua honra, ofereceu ao Tribunal de Contas dos Municípios 42 denúncias de corrupção contra o prefeito.
A terceira mulher é a ouvidora da prefeitura, Luciana Matos. Licenciou-se do cargo. Saiu para dar à luz a Júlia, filha do prefeito e alvo de mensagem carinhosa postada por ele em seu twitter. Corre em Juazeiro que Dr. Santana teve mais um filho com outra funcionária graduada da prefeitura. Mas isso talvez não passe de maledicência capaz de afogar o coração do prefeito em desgosto e deceptude. Não é por falta de companhia, pois, que Dr. Santana mora sozinho. Prefere assim. O exercício do cargo tem-lhe sido penoso.
Eleito com o apoio do ex-prefeito Raimundo Macedo (PSDB), também médico e conhecido como “Raimundinho Gente Fina”, Dr. Santana logo rompeu com ele. Acusou-o de ter quebrado a prefeitura. O troco foi rápido e pesado para quem se dizia um homem de poucas posses. “Raimundinho Gente Fina” mostrou a amigos comuns recibos no valor de R$ 7 milhões assinados por Dr. Santana enquanto era candidato a prefeito.
Dr. Santana nunca mais falou da herança maldita legada por seu antecessor. Proibiu-o, contudo, de trabalhar no hospital do município. “Raimundinho Gente Fina” atende seus pacientes debaixo de uma frondosa árvore do Hospital e Maternidade São Lucas. Como quem faz aqui paga aqui… A prefeitura também quebrou nas mãos de Dr. Santana.
O balanço do ano passado revela um rombo de R$ 37,4 milhões de restos a pagar. O prefeito esqueceu o que disse em comícios e privatizou oito mercados, um frigorífico e o Hotel Municipal. Em breve será a vez do estádio Romeirão. Só tem um probleminha: tudo está sendo vendido a um único comprador.
O felizardo é o empresário Sílvio Rui, vinculado ao PSDB local, dono de uma empresa de ônibus. “É a melhor privatização do mundo”, escarnece o vereador Magno – sim, aquele que perdeu a mulher para Dr. Santana.
Se dependesse de Magno, o prefeito já teria sido cassado. Magno conseguiu a assinatura de sete colegas e abriu uma CPI contra ele. Dr. Santana tomou os providenciamentos devidos e sustou a CPI. O Ministério Público quer reabri-la. Quer apurar também o desvio de R$ 3 milhões enviados pelo Ministério da Educação para reformar 18 escolas.
Foi para não ser vista ao lado do prefeito que Dilma Rousseff cancelou em abril último a visita à estátua de padre Cícero. A primazia caberá a Serra. Dr. Santana entrou na sucessão de Lula pelas portas do fundo.

VAMOS NÓS – Sem entrarmos no mérito dos fatos, achamos que o prefeito Manuel Santana precisa vir a público esclarecer tudo. O povo juazeirense merece essa consideração.

14/05/2010

PSOL APRESENTA SUA CANDIDATA AO GOVERNO DO ESTADO: SORAYA


O PSol apresentou, nesta terça-feira, 11, na Câmara Municipal de Fortaleza, a engenheira de pesca Soraya Tupinambá como sua pré-candidata ao Governo do Estado.

"O bloco hegemônico e monolítico é muito desinteressante para o momento político do Ceará. O momento exige debate profundo acerca de um projeto de sociedade. Penso que a questão do modelo de desenvolvimento econômico do Estado manifesta de maneira crescente a degradação ambiental e desigualdade social"

Soraya Tupinambá

06/05/2010

PLÍNIO NO 1º DE MAIO (DE LUTA) NA PRAÇA DA SÉ (SP)


Essas e outras informações sobre o candidato a presidente do PSol podem ser encontradas no blog:

25/04/2010

FOI BONITA A FESTA PÁ...



Na passagem do dia 24 para o 25 de Abril de 1974, o tocar da música Grândola, Vila Morena (proibida pelo fascismo português) foi a senha para o início das operações militares que iriam derrubar o regime ditatorial instalado em Portugal desde 1933. Durante dois anos, a alternativa socialismo ou capitalismo iria mobilizar a sociedade portuguesa. 

11/04/2010

Psol aclama Plínio de Arruda Sampaio para disputar a presidência da república

O promotor público aposentado Plínio Arruda Sampaio, 79, foi eleito no final da tarde deste sábado como o pré-candidato do PSOL à Presidência da República nas eleições deste ano. Sampaio recebeu todos os votos dos 89 delegados presentes à 3a Conferência Eleitoral Nacional. A decisão unânime confirma as expectativas criadas após a declaração de apoio da maioria dos parlamentares do partido à pré-candidatura de Plínio e as manifestações prévias de voto de pelo menos 78 dos 162 delegados eleitos nas conferências estaduais.

O ex-deputado federal Babá, que também concorria à indicação, decidiu, no último momento, retirar sua candidatura e chamou seus apoiadores a votarem em Plínio. Martiniano Cavalcante e os delegados que votariam nele como representante do PSOL não compareceram ao evento e sua candidatura, portanto, foi considerada retirada.

Para Plínio, o debate socialista enfrenta um dos momentos mais difíceis de sua história no Brasil, diante da sacralização da figura de Lula no conjunto da população. “O desafio é criar o consenso entre os excluídos e consciência política para enfrentar o capitalismo”, disse.

Entre os pontos que o PSOL deve defender na campanha, que pretende fazer o contraponto à falsa polarização entre PT e PSDB, estão: o fim do pagamento dos juros e a auditoria da dívida pública; a implementação de um verdadeiro programa de reforma agrária, incorporando o estabelecimento de um limite de 1000 hectares para as propriedades rurais; uma política de reforma urbana que tenha como base a desapropriação dos imóveis desocupados para especulação imobiliária no país; o combate à privatização das florestas, à transposição do Rio São Francisco, à construção da usina de Belo Monte e aos transgênicos; entre outros.

“Esta é uma hora histórica. Somos contra o sistema, queremos transformar a realidade. Este é o nosso desafio nesta campanha: falar a verdade e plantar a semente do socialismo em nossa sociedade”, declarou Plínio.

Em relação às alianças para o processo eleitoral, Plínio defendeu a retomada da frente de esquerda, com PCB e PSTU, repetindo a coligação realizada em 2006.


50 anos de vida pública
Com mais de 50 anos de vida pública, Plínio Arruda Sampaio é bacharel em Direito pela USP e mestre em desenvolvimento econômico internacional pela Universidade de Cornell (EUA). Foi deputado federal por três vezes, tendo relatado o projeto de reforma agrária do governo João Goulart. Com o golpe, engrossou a primeira lista de cassados e foi para o exílio. À época, o cargo de promotor público que exercia desde 1954 também foi cassado – só sendo reconhecido novamente em 1984, quando foi anistiado e aposentado. Foi diretor de programas de desenvolvimento da FAO, órgão da ONU para agricultura e alimentação, trabalhando em todos os países da América Latina e Caribe. Um dos fundadores do PT, deputado federal constituinte e candidato a governador em 1990 e em 2006, já pelo PSOL. Atualmente é presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA).

10/04/2010

É SOCIALISTA, É COERENTE, É O PLÍNIO PRESIDENTE

Plínio já dá declarações na imprensa como candidato escolhido pela maioria do PSol:
FOLHA DE SÃO PAULO:
O GLOBO:

MAIS NOTÍCIAS DA CONFERÊNCIA



1. Trecho do discurso de Milton Temer: "Esse não é mais o partido da Heloísa Helena".
2. Todas as questões levantadas pela Executiva Nacional em relação às delegações de RO, MS e MG são homologadas pelo plenário
3. São 162 delegad@s e 89 credenciados
4. Expira prazo de credenciamento [14 horas]
5.
Depois do almoço, Plínio e Babá na mesa.
6. Babá vai falar. Demoradamente aplaudido. Começa dizendo: "Essa conferência é uma vitória do partido". Babá retira sua précandidatura em prol do nome de Plínio. Babá convoca o PSol para impedir a construção da usina de Belo Monte, para defender a suspensão do pagamento da dívida. Babá nunca foi tão aplaudido no PSol.
7. Antes do discurso de Babá foi perguntado se algum delegado defenderia o nome do Martiniano.
8. Chico Alencar, Raul Marcelo, João Alfredo e Ivan Valente vão defender o nome do Plínio.
9. Após várias defesas de setores que representam 2/3 do PSol, Plínio é escolhido candidato do PSol à presidência.
10. Foram divulgadas várias decisões tomadas na última reunião do Diretório Nacional que visam retomar a vida do partido.

NOTÍCIAS DA CONFERÊNCIA


Caros camaradas,


nesse momento difícil em que o partido se encontra, recebemos as seguintes informações da nossa Conferência Nacional Eleitoral no Rio de Janeiro, que começa hoje (sábado). Não temos como informar os horários em que as informações abaixo ocorreram, mas os trabalhos devem ter começado tarde, talvez depois das 10 horas.


1. Instalada a Conferência. Mais de 50% dos delegados credenciados

2. Até agora MES/MTL/HH não apareceram (eles estão reunidos na Lapa, no SINDSPREV)

3. Mandaram uma comissão pleiteando o credenciamento, em bloco, de 98 delegados deles

4. A Executiva está contestando o pleito, apresentando o laudo de um grafologista que encontrou assinaturas falsas na delegação do Acre e de Alagoas

5. O plenário bate palmas para Afrânio Boppré (Secretário-Geral do Psol), que informa que a Executiva não tem como aceitar o recurso

6. Com essa resposta, a comissão do MES/MTL/HH retira-se do plenário

7. Antes eles pediram para deixar dois observadores. O que foi aprovado.

8. Eles perguntam se o lado de cá quer enviar dois observadores para o SINDSPREV. A resposta foi: "A Conferência é aqui". Aplausos do plenário.

9. Agora vai começar a apreciação dos recursos.

10. Em tempo, o credenciamento termina às 14 horas.



01/04/2010

EXPLICAÇÃO PARA A ATUAL CRISE DO PSOL

POR QUE O PSOL ESTÁ RACHANDO?
"O Psol, o saite, as camisas brancas de rendas são meus, ninguém tasca!!!!! "

27/03/2010

MES/MTL/HH QUEREM MELAR CONFERÊNCIA

Resumindo: MES/MTL/HH (minoria na direção do partido) retiraram-se da reunião da Executiva (23/03) e roubaram o saite do partido. Somente reconhecem o resultado das plenárias se elas derem a vitória a Martiniano.
Mais informações:
SAITE PROVISÓRIO DA DIREÇÃO NACIONAL
BLOG DE MILITANTES INDIGNADOS COM O LADO NEGRO DA FORÇA
P.S Já ouvi boatos afirmando que HH baixou uma portaria obrigando todos os militantes a comprarem camisas brancas de renda

18/03/2010

APROXIMA-SE A CONFERÊNCIA ELEITORAL DO PSOL


Durante a Conferência Nacional Eleitoral (10 e 11 de Abril) será escolhido o candidato a presidente pelo nosso partido. Mais informações sobre os candidatos, debates e teses no saite: http://www.psol.org.br/Conferencia2010/

11/02/2010

Conlutas Cariri e outras entidades lançam nota contra as terceirizações em Juazeiro


O Psol Cariri assina a nota, de acordo com a deliberação da nossa última reunião, dia 07 de Fevereiro. Pessoal, a luta contra o projeto da prefeitura continua!

22/01/2010

PSOL ENCERRA NEGOCIAÇÕES COM PV

Graças a Deus, à reação das bases de nosso partido e à falta de interesse do PV, o PSol vai apresentar candidatura própria nas eleições de 2010.
Em reunião da sua Executiva Nacional (ontem 21/01) foram aprovadas 3 resoluções:
  1. Encerrando negociações com o PV de Marina Silva;
  2. Convocando a III Conferância Nacional Eleitoral do PSol e
  3. Organizando um calendário de debates entre os pré-canditatos à presidência (Fortaleza, 05/03)

Atualmente são três os pré-candidatos a presidência pelo PSol: o ex-deputado federal Plínio Arruda Sampaio, o também ex-deputado federal Babá e o presidente do PSol de Goiás Martiniano Cavalcante.

Para ver o conteúdo das resoluções sugerimos uma passada pelo execelente saite do PSol de São Paulo: http://psolsp.org.br/ , aqui vocês encontrarão estas e outras informações sobre o PSol.

13/01/2010

Feirantes são transferidos pela prefeitura de Juazeiro do Norte

Quase um ano depois de iniciar as conversações sobre a retirada dos feirantes do centro da cidade, Santana finalmente conseguiu colocar em prática o seu projeto de deslocar os trabalhadores da tradicional feira de frutas para longe do centro de Juazeiro do Norte. Em nome da organização do trânsito e do embelezamento das principais vias públicas, Santana promoveu a sua versão de limpeza social. A feira de frutas e verduras, que desde a década de 70 é realizada na rua São Paulo foi transferida para um local em frente a igreja dos Franciscanos, um espaço pertencente à empresa de ônibus São Francisco. O crescimento do comércio informal, que tomou conta das vias públicas da cidade é culpa do modelo econômico adotado mundialmente, que joga um grande número de trabalhadores na situação do desemprego e do trabalho precarizado, sendo assim, milhares de pessoas enxergam no mercado informal a maneira de sobreviver.
A saída que a população espera para resolver o problema da ocupação de calçadas e ruas pelo comércio informal é bem diferente da imposição da prefeitura, o governo municipal encheu os feirantes de promessas, que vão desde a aquisição de bancas novas e padronizadas pela prefeitura até a construção de um novo piso no mercado central, o que proporcionaria a volta dos feirantes para o seu antigo local de trabalho. O retorno dos feirantes para o mercado central tem data marcada pela prefeitura, 2012. Ou seja, tomando as experiências dos antigos e atuais gestores da máquina pública, não há como dar nenhuma credibilidade às promessas de qualquer governante da região. Juazeiro hoje é marcado por uma porção de obras inacabadas, que serviram apenas para desvio de verbas e diversas irregularidades, como é o caso do interminável Centro de Apoio ao Romeiro, que atravessa várias administrações e não tem sua obra concluída. O prefeito Dr. Santana pratica a política de faxina social no centro da cidade em nome de um código de postura, jogando nas costas de centenas de famílias a culpa pelo crescimento desordenado da cidade, para os feirantes sobraram várias barracas quebradas, e a incerteza quanto a sobrevivência, até as promessas que a administração diz ter cumprido, foram cumpridas apenas pela metade, a estrutura prometida pela prefeitura não passa de um piso mal feito e dois banheiros que não funcionam. A mudança já preocupa grande parte dos feirantes, que em poucos dias de trabalho no novo local já sentiram a queda considerável nas suas vendas.

12/01/2010

CAMARADA DANIEL BENSAID, PRESENTE! (1946-2010)

Faleceu hoje (12/01) o camarada Daniel Bensaid. Destacado dirigente do Maio de 68, foi fundador da Liga Comunista Revolucionária (LCR), na França, e depois do Novo Partido Anticapitalista (NPA). Autor de diversos livros, dentre os quais destacamos Marx, o intempestivo traduzido em 1999 pela Editora Civilização Brasileira, Marxismo, Modernidade e Utopia, em co-autoria com o nosso camarada Michel Löwy, em 2000, pela Xamã, e mais recentemente, em 2008, Os Irredutíveis: teoremas da resistência para o tempo presente, pela Boitempo Editorial.

09/01/2010

Entrevista de Plínio de Arruda Sampaio na Caros Amigos

Pessoal, segue o link da entrevista do Plinio de Arruda à revista Caros Amigos.

http://pliniopresidente.com/2010/01/plinio-na-caros-amigos-%e2%80%9co-psol-e-um-partido-socialista-e-a-marina-nao-e-socialista%e2%80%9d/#more-909

A partir deste mês, a Caros Amigos inicia um debate sobre o que está em jogo nas eleições presidenciais de 2010. Entrevistas, análises e artigos discutirão as propostas e programas das candidaturas do campo democrático e popular. A primeira entrevista da série “Eleições 2010” é com o advogado e presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), Plínio Arruda Sampaio, pré-candidato à presidência da República pelo Psol.


O partido está dividido em relação à candidatura ao principal posto do Executivo. Parte do Psol defende a candidatura própria e apoia o nome de Plínio. Outra é favorável a uma aliança com o PV em torno da candidatura da senadora Marina Silva (PV-AC). A aproximação do PSOL com o PV aconteceu porque a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) descartou a possibilidade de concorrer às eleições presidenciais para tentar voltar ao Senado.

Por Hamilton Octavio de Souza e Tatiana Merlino
Caros Amigos – Qual a importância do Psol se lançar com uma candidatura própria?

Plínio Arruda Sampaio – A importância está estreitamente relacionada com o objetivo da burguesia em relação a esse processo eleitoral. Há um script montado para essa campanha, para fazê-la de uma maneira suave, morna, fazer da discussão apenas uma coisa técnica e fugir dos verdadeiros problemas e das verdadeiras soluções. Há um processo de distorção do processo eleitoral para que ele não debata nada. E é fundamental desfazer essa farsa, é fundamental que exista uma voz capaz de dizer: “olha, isto aí foge da realidade, não é uma visão real do que está acontecendo no Brasil”. Qual é a dificuldade e a necessidade disso? É que toda a realidade social tem dois planos. Um plano é o da superfície dos eventos, onde estão acontecendo as coisas. E há um plano embaixo, onde estão os processos, as tendências. Esse não se vê sem instrumentos de análise. Em cima, na superfície, as coisas melhoraram para o homem simples do povo porque o Lula é menos perverso do que o Fernando Henrique, ele tira menos dos pobres. E porque a conjuntura externa favorece a entrada de capitais aqui. Então, como há uma entrada enorme de capitais, pode se remunerar a burguesia com tudo que ela quer, e sobrar umas migalhas para soltar para o povo. As Casas Bahia estão vendendo, tem lan house em tudo quanto é lugar da periferia, o pobre está começando a ter automóvel porque há uma produção brutal da indústria automobilística e os usados caem na mão dos mais pobres por um preço razoável. Mas o ritmo da melhoria é tão lento que não sei quando vamos deixar de ter pobre na rua. E, dados os processos que acontecem embaixo, provavelmente essa melhoria acaba logo adiante. O primeiro problema econômico que tiver, essa melhoria vai para o buraco.

O que está acontecendo embaixo é grave, porque o preço dessa aparente abonança superficial é a entrega do país, o aprofundamento de processos gravíssimos, como a educação, que está sucateada, a escola que não ensina, a saúde está uma desgraça. O quadro social está ficando impossível. Há zonas do Rio de Janeiro em que não há mais soberania do Estado brasileiro, é o bandido que manda lá. Na periferia daqui de São Paulo é a mesma coisa. Há um processo perverso embaixo, que afeta a moral do povo, essa ideia de que não tem solução. É preciso que isso venha à tona. A campanha é exatamente para isso, para denunciar essa farsa e propor soluções reais. Essa é uma campanha socialista na medida em que aponta as soluções reais, com um programa anti-capitalista. São questões que geram indagações sobre a viabilidade do capitalismo e colocam concretamente a questão do socialismo.


E quais seriam as consequências para o partido caso o Psol apoiasse a Marina Silva?

Seria a negação do Psol, porque esse é um partido socialista e a Marina não é socialista. O PV é um partido do governo. A Marina cria uma dificuldade enorme de palanque para a nossa gente. Como é que você sobe num palanque junto com um cidadão que apoia um governo que nós combatemos dia e noite? O problema da Marina é o seguinte: ela levantou uma questão muito importante, tornou-se um símbolo disso, mas ela perdeu o timing da demissão. O político precisa saber assumir um cargo e se demitir desse cargo. Ela demorou demais e teve que engolir coisas que não são aceitáveis: ela assinou o decreto dos transgênicos, assinou o decreto que libera as florestas, ela foi contra o Dom Cappio, ela apoia a transposição do São Francisco. A contrariedade à transposição do rio São Francisco é ponto do nosso programa. Como é que nós podemos ter uma candidata que tem pontos contrários ao nosso programa? Por isso há uma reação muito forte na base do partido contra a candidatura Marina. E nessas alturas, dificilmente ela passará.


E por que o senhor é o nome ideal para candidato do partido?

Não sou eu quem acha, acharam. Vários grupos vieram me procurar, sobretudo por algumas características: eu tenho uma linha de coerência há muito tempo sobre essas coisas todas. Segundo, eu tenho uma possibilidade de unidade da esquerda muito grande porque tenho um diálogo muito bom com as outras forças socialistas. Aí eu fui procurado por pessoas do Psol e autorizei a usar o meu nome. Eu tenho uma história em todos esses campos, como na reforma agrária. Eu posso, tenho condições objetivas para fazer essa campanha de denúncia da farsa e de proposição do avanço. É uma campanha para o futuro. Não é uma campanha saudosista nem moralista. É uma campanha ideológica no sentido bom da palavra, de que ela se funda em valores do socialismo, mas é concreta para colocar os problemas e as soluções de hoje. Por exemplo, o nosso programa diz “reforma agrária anti-latifundiária”. É uma formulação genérica. O que eu penso que deveríamos fazer na nossa campanha é pegar essa formulação genérica e ir falar com o MST. “Como é que vocês estão vendo a questão agrária, e qual é a solução que vocês vêm?”. São várias, tem que melhorar o crédito, aumentar o programa de compras antecipadas, melhorar assistência técnica e dar uma forte radicalizada, o movimento social, não nós. O MST junto com a CNBB e vários movimentos do campo estão fazendo uma campanha para que ninguém possa ter mais do que 1500 hectares de terra no Brasil. Isso é revolucionário, mas não tem nada de socialista, isso é capitalismo. Só que é anti-capitalista no sentido de que o capitalismo não suporta isso. Esse é o tipo de trabalho que temos que fazer para apresentar o programa do partido.


Como tem sido o apoio interno dentro do Psol à sua pré-candidatura?

O Psol tem umas três correntes majoritárias que são muito fortes e uma série de outras correntes pequenas. As menores praticamente estão todas comigo, e as maiores estão divididas. As cúpulas favorecem uma candidatura mais ampla e as bases querem uma candidatura mais nítida. Então, nesse momento, o grande problema é discutir qual é a tática. Acho até que eles tem certa razão, sem dúvida o partido precisa eleger deputados para que o povo tenha uma voz no Congresso e para ter um mínimo de representação institucional necessária para existir. É legítima a preocupação, mas é equivocada no seguinte sentido: este é um valor, mas há outro valor, que é a imagem do partido. Que é a esperança que o partido traz. Se ele se coliga com figuras que o povo está rejeitando, vão perguntar: “mas então, que partido é esse?”. Eu acho que esse é o primeiro equívoco. O segundo é: esta ideia de que uma campanha mais nítida não traz votos é equivocada. Você pode ter uma campanha nítida e eleger representantes, e essa é uma das minhas preocupações. Eu organizarei a a campanha não só para dar esse recado maior, mais amplo, mas também para favorecer a eleição de deputados, mas sem abrir mão da nitidez da imagem do partido, da nitidez do programa.


Se o Psol se diluir agora não haverá nenhuma força socialista na disputa?

Nada, além do que isso provocará uma dispersão da esquerda e aí três candidatinhos com muito pouco voto não resolvem nada.


Quais seriam as alianças que estariam dentro desse campo e que permitiriam uma disputa sem essa perda de imagem?

Esse é um ponto a favor da minha pré candidatura. É a unidade das esquerdas. Se eu for candidato, é quase certo que marcharemos unidos os três, Psol, PCB e PSTU. Eles já lançaram candidatos, mas isso é normal e também não é uma coisa final. Uma vez acertada a minha candidatura, vamos fazer a unidade da esquerda. Se dirá que os três são fracos, mas dispersos são mais fracos, e juntos têm uma certa sinergia. E depois tem os movimentos populares, que também estão divididos. A divisão é um traço da época, que é de incerteza muito forte. Todo mundo está inseguro, o pobre, a classe média e o rico. Na era de incerteza é normal que um grupo vá para cá e o outro vá para lá…É normal que MST, CPT, MAB, MPA estejam divididos. Mas eu tenho a impressão que se tivermos uma candidatura unitária da esquerda, no primeiro turno esse grupo estará fechado conosco. No segundo turno, provavelmente tomarão posições eventualmente distintas. Isso se não formos para o segundo turno, o que é bem provável.

O discurso do PT dessa ampla frente que está no governo é o da luta contra o retrocesso, representado pelo PSDB, pelo DEM, o grupo que já esteve no governo e já demonstrou ser pior do que esse. Como entrar no contraponto desse discurso, que é muito forte?

É o discurso do mau menor, que é um discurso circular. Você não vai adiante de jeito nenhum com esse discurso, apenas reduz a perda, coisa que também tem um fundamento sociológico profundo. Toda vez que uma nação sofre um golpe muito grande, para a geração seguinte é terrível. Na primeira guerra na França, a geração que se seguiu não tinha filhos. Ela se fechou, não procriava de medo do filho ir para a guerra. A geração espanhola que viveu a guerra da Espanha, enquanto o Franco não morria, morria de medo, não fazia nada. É preciso apontar um futuro, trazer ânimo. Por isso que a campanha nítida é importante. Ela é uma campanha que pode ser feita com vistas a uma afirmação muito forte de coragem, coerência e de apontar um futuro mesmo, dizer: “não fiquem com essa coisinha de reduzir o prejuízo. Pensa grande, vai para a frente”. É uma campanha que pode atingir muito a juventude, pela sua própria idade, configuração, ela vê o futuro. Essa é a estratégia que eu pretendo usar se for candidato.


E quais seriam as principais diferenças da política programática do Psol com uma candidatura única e do Psol apoiando a Marina?

Como é que nós vamos falar no transgênico, como é que vamos falar na transposição? Ela assinou tudo. Tudo que nós contestamos ela assinou. Então é uma dificuldade enorme e por isso que a base do partido está dizendo “não, isso não é possível”. Somos um partido socialista. A base do partido quer a afirmação do nosso projeto. E essa seria uma campanha de um outro projeto, que não é o nosso.


Como o senhor avalia o Psol hoje, depois de sete anos de existência?

O Psol é uma força. Há no país uma porcentagem relativamente pequena de pessoas que não aceitam o que está acontecendo, com valores distintos, mas de maneira geral, com valores sociais, coletivos, visão de nação, de coesão nacional. Em várias camadas sociais. Esse pessoal é naturalmente Psol. Porque os outros dois partidos à esquerda tem uma penetração, mas uma forma de atuar muito mais estrita, de modo que caminham mais lentamente. O Psol é um pouco o desaguadouro, naturalmente. Mas o Psol precisa –e essa campanha é importantíssima para isso – nuclear e organizar esses setores dispersos para começar uma caminhada. Ninguém tem grandes ilusões de que nós temos condições de muito sucesso a curto prazo. Isso é uma ilusão. A derrota sofrida pelo povo foi imensa. Nós estamos juntando os cacos para recomeçar.


Um apoio à candidatura da Marina, que está num partido que não é de esquerda não seria uma derrota para um partido que se afirma socialista?

É isso que eu estou dizendo para o pessoal. Isso não é uma avanço, é uma acomodação. E o partido socialista não se acomoda. A característica do socialista é a não acomodação a qualquer coisa.

É pegar o ônibus errado…

Exatamente, vai para outro bairro. A ideia é essa, fundamentalmente. Chegar, ouvir os movimentos populares, fazer um programa sólido, é um programa ainda com base na sociedade de produção de mercadorias, porém esticando essa realidade e criando uma dinâmica de transformação social.


Qual é o seu calendário para os próximos meses?

Eu vou correr o país, é uma pré candidatura. O país todo está me chamando para fazer reuniões, pequenos núcleos que nós temos. Segundo, estou montando um forte esquema de internet porque nessa campanha a Internet vai dar um grande passo.
www.carosamigos.com.br