21/11/2009

Batismo de Sangue: A tortura do regime militar representada pelo cinema brasileiro


Batismo de Sangue é um filme brasileiro, dirigido pelo cineasta Helvécio Ratton, baseado no livro de Frei Betto. O filme retrata o período da ditadura militar no Brasil, dessa vez o foco que o cinema utiliza para representar o período pós-64 é a participação de vários religiosos dominicanos nas lutas de contestação ao regime militar, em especial os frades Betto e Tito de Alencar. A obra começa no ponto fundamental do processo de luta no Brasil, o ano de 68 foi marcante para determinar os rumos que as correntes de esquerda iriam seguir. Desde 1966, as mobilizações estudantis tinham ganho força nas ruas brasileiras, no início os protestos levantavam bandeiras "específicas", centradas na política educacional do governo. Em 68, o processo de radicalização do movimento estudantil já estava bastante avançado, assim como as experiências de luta armada, que começavam a ganhar força diante do aumento da repressão e do crescente autoritarismo do governo, naqueles tempos, iniciava-se a fala de diversos movimentos: Só a luta armada seria solução para o Brasil. Voltando ao filme, vemos a guinada que a Igreja brasileira dá nas suas posições acerca da ditadura militar. Em 64, a Igreja tinha dado apoio à derrubada do presidente João Goulart, expressando forte discurso anti-comunista e encampando movimentos conservadores de defesa da "ordem". O endurecimento do regime acaba levando alguns setores da igreja católica brasileira para o lado da oposição às forças armadas, os religiosos acabam tomando a frente na defesa dos direitos humanos, lutando pela anistia e contra a tortura nos porões da ditadura. Os frades, Betto, Tito, Fernando e Ivo, são os personagens do filme, que mostra entre outros momentos da vida política nacional, o assassinato de um dos principais líderes da luta armada, Carlos Marighella, assim como, o triste desfecho do XXX Congresso da UNE, realizado clandestinamente em um sítio do interior de São Paulo, aonde todos os participantes foram presos pelos órgãos de repressão, Frei Tito de Alencar, estudante de filosofia na USP, estava presente no congresso.
Dando ênfase no aspecto violento do regime militar brasileiro, Batismo de Sangue é um documento sobre a tortura sofrida pelos presos políticos brasileiros, as cenas de selvageria nos órgãos de repressão nos leva a pensar que péssimo modelo de anistia foi empurrado para o povo brasileiro, os torturadores, autores de um crime imprescritível, foram perdoadas pela lei de anistia brasileira.

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